10 abril 2008

Varejo

Pesquisa e consultoria
por Luiz Goes, sócio-sênior e diretor da GS&MD
Nos últimos anos a pesquisa de mercado vem se posicionando cada vez mais como uma ferramenta de inteligência, deixando de ser vista como mera provedora de informações. Há alguns anos, as empresas se contentavam em receber dos chamados institutos de pesquisa os resultados das investigações realizadas. Um monte de descrições do comportamento de consumidores em entrevistas em profundidade, em focus groups, várias tabelas, cadernos e cadernos com números para Pitágoras nenhum botar defeito. Não existiam conclusões, salvo aquelas que se limitavam a descrever o que havia sido encontrado. Não existiam, muito menos, recomendações. Era simplesmente comunicar ao cliente: "Lamento, mas o seu market share caiu neste mês em relação ao mês anterior. Desejo, profundamente, que as melhores alternativas sejam encontradas por vocês, com o intuito de solucionar esse problema que detectamos".


Foco no Varejo - Inovações em Lojas - Fresh & Easy
Britânica Tesco entra no mercado americano com conceito inovador de lojas de vizinhança, mas ainda precisa da aprovação dos consumidores ao modelo

08 abril 2008

Not the same old drive-thru

The meat is raised naturally; the packaging is recycled; the ovens use renewable power. New green fast-food chains are serving up burgers and fries to feel good about.

Mary Desmond Pinkowish | April 2008 issue

It's really cold and windy in Manhattan. The Friday lunch crowds scurry in and out of delis and take-out places. But at one fast-food joint, the customers calmly form a line that spills out onto the sidewalk. This is Chipotle on East 44th Street, and I join the queue accompanied by two fast-food industry experts - my teenaged son and daughter.

Once inside, we decide among a burrito, fajita burrito, burrito bowl or tacos and a filling - chicken, steak, carnitas or barbacoa (spicy shredded beef). At the head of the line, we tell the lady behind the counter what we want, and she and her colleagues move the meals down the line in about a minute, letting us choose among pinto and black beans, roast chili-corn or several types of tomatillo-chili. We pay (about $8 each), then hunt for a table in the crowded dining room. It seems like a fairly typical fast-food experience, but we're tucking into a meal that Steve Ells, the founder of Chipotle, says embodies a philosophy of "food with integrity." Is he serious?

It's no joke. We knew we were in for a different kind of fast-food experience at Chipotle from the beginning. The customers lined up outside are nice to one another, making eye contact and smiling. The women behind the counter seem older than the typical fast-food worker, and there's something attentive and almost motherly in their manner. But once we unwrap our meals, we're focused on one fact: This food tastes really, really good - nothing at all like the fast food we've tasted before.

Instead of sampling each other's selections (as we originally intended), we greedily eat our own meals - no sharing. I'd never share any food that tasted as good as these carnitas. Fuggedaboutit. This is flavourful, succulent pork, with no hint of greasiness. The tomatillo green-chili salsa is fresh and couldn't have been made more than an hour ago. The subtly spiced pinto beans have a warm, homemade taste, and there's fluffy, soft rice underneath it all.

My attempts to sample my kids' tacos and burritos are rebuffed, but they assure me this is the "best" fast food they've ever tasted. "It's way more satisfying than normal fast food, says my 19-year-old son, who's downed more than enough burgers and fries to know.

Chipotle is just one example of a new brand of green fast-food restaurant springing up across Europe and the U.S. faster than you can say, "Supersize my sprouts and tofu, please." These establishments provide the speed and convenience we've come to expect from conventional fast-food joints, but they're doing it while looking after the quality of the food and the health of the environment.


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20 janeiro 2008

Pedalando pelo futuro

17 Jan 2008 19:01 para o Blogue Planeta Sustentável

Um concurso organizado por três companhias apaixonadas por criatividade, inovação e meio ambiente, localizadas na baía de São Francisco, California (EUA) – no caso, o Google, a Specialized Bicycles e a agência Goodby, Silverstein & Partners – chamou a atenção de pessoas de todos os cantos do planeta, nos últimos três meses.

A idéia era a de incentivar a criação de uma nova máquina movida a pedal – ou você acha que só bicicletas têm pedais? – que ajudasse a amenizar o impacto das mudanças climáticas, mas que respeitasse os critérios baseados em baixo impacto ambiental, criatividade e design.

Mais de cem pessoas e grupos se inscreveram na competição. De "marinheiros de primeira viagem" a estudantes de grandes universidades, como o MIT - Massachussets Institute of Technology.

O vencedor da competição foi o Aquaduct, um veículo de filtragem móvel, prático e sustentável. Criado por um grupo de cinco estudantes de design da Califórnia, a máquina movida a pedal transporta e filtra água – é como um filtro que funciona com pedaladas que, por sua vez, movimentam o triciclo. Ele não emite gases tóxicos e ainda é extremamente funcional.



“Está nas mãos da próxima geração a solução para os problemas em que nos encontramos atualmente. O sucesso da competição ‘Innovate or Die’ provou que esses jovens têm a imaginação e a criatividade necessárias para encontrar soluções inovadoras e bastante viáveis para os problemas que assolam o planeta”, disse Rich Silverstein, sócio fundador da Goodby, Silverstein & Partners.

11 janeiro 2008

O mundo esnoba as melhores idéias

Muitos produtos inovadores são descartados por falta de habilidade social de seus criadores

Álvaro Oppermann para Época Negócios

Quando o tema é inovação, convém sempre desconfiar dos arautos. Um bom sinal, quando se trata de Scott Berkun, de 34 anos, autor do elogiado The Myths of Innovation ("Os mitos da inovação"). "A inovação é o grande transtorno de nossos dias", diz ele. Scott fala de cátedra. Contratado pela Microsoft em 1994, recém-saído da faculdade, foi promovido um ano depois a gerente do projeto do navegador de internet da empresa, o então incipiente Explorer. Com talento criativo e pendor para a organização, em pouco tempo estava ensinando o que aprendeu na gerência do projeto para outras equipes de engenheiros da Microsoft. Berkun deixou a empresa de Redmond um pouco antes de completar uma década lá dentro, e hoje é professor de pensamento criativo na Universidade de Washington, além de escritor. Para ele, os livros são uma das mais amáveis invenções humanas.

Berkun disseca o tema, desmontando a visão idealizada que a maioria de nós faz da inovação. Diferentemente da lenda popular, a "epifania", o momento mágico de lampejo criativo associado aos grandes gênios, é algo praticamente inexistente. Quando William Shockley criou o transistor, ou Steve Wozniak (um dos fundadores da Apple em 1976) desenvolveu o computador pessoal, o processo foi árduo, envolto em incertezas e nuvens passageiras de pessimismo. É normal que seja assim, por um motivo: nós somos bem menos inovadores do que a nossa auto-imagem lisonjeira seria capaz de admitir. "As ondas de inovação são lentas. O telégrafo, o telefone, o PC e a internet levaram décadas para se desenvolver até se tornarem objetos do nossso dia-a-dia", afirma o autor.
O lampejo criativo é raro: inovações como o PC e o telefone levaram décadas até se tornarem produtos cotidianos

Num ambiente marcado pelo conservadorismo, o maior desafio do inventor (ou criador, ou inovador - Berkun pula livremente de um termo para outro ao longo da obra) é o de enfrentar a resistência do público. Aliás, encontrar apoio à nova idéia ou invenção - seja emocional, financeiro ou intelectual - é um desafio que depende de habilidades sociais que pouco têm a ver com o poderio intelectual ou criativo do inovador. Por esse motivo, diga-se, muitos produtos genuinamente inovadores jamais conheceram a luz do dia. A norma dita o contrário. "Eu acho que é bem raro que a 'melhor' idéia entre os experts se torne dominante. O HTML não é a 'melhor' linguagem de programação. Poucos cientistas crêem que o Windows seja o melhor sistema operacional, e poucos médicos consideram o Airborne o melhor remédio para a gripe. Na verdade, esse conceito de 'a melhor idéia' não existe", afirma Berkun.

Os principais entraves à inovação são de ordem política e psicológica. Numa empresa de software, por exemplo, os designers muitas vezes se mantêm alheios ao fluxo de trabalho da equipe de negócios ou dos engenheiros, e suas idéias acabam fadadas ao fracasso prematuro. "Metade do jogo da inovação é saber juntar recursos com as pessoas certas, para que uma idéia brilhante decole", diz o autor. No lado da psicologia da inovação, as equipes de técnicos e de desenhistas costumam ser surpreendentemente conservadoras e tímidas na apresentação de idéias. "Numa situação de confronto, elas não permitem que sua paixão transpareça. Ironicamente, tal paixão seria seu grande trunfo", continua o autor.

Por fim, o inovador, para trilhar o caminho que vai da prancheta até as prateleiras, deve possuir outras duas características decisivas: um realismo nu e cru e uma persistência feroz. De acordo com Berkun, os consumidores estão pouco se importando se um produto é inovador ou não. A pergunta que todos os inovadores devem se fazer é se o novo produto atende ou não às necessidades reais desse consumidor. Ao longo da história, vale lembrar, o foco na solução de um problema específico do público foi o elo comum a todos os grandes inovadores.

Berkun também recorda que os grandes empreendedores - seja na 3M ou na Ford - venceram pela persistência, e não na primeira tentativa de acerto. Hoje em dia, um caso exemplar seria o do website Flickr, que permite a hospedagem e a troca de arquivos de imagem - um dos grandes sucessos da web 2.0. Originariamente, o Flickr foi concebido como jogo online. No início, atendia pelo nome The Game Neverending ("O jogo sem fim"). Quando a equipe criadora defrontou-se com dificuldades de financiamento, rapidamente mudou de prioridade, reconhecendo o valor da aplicação desenvolvida para troca de fotografias. "Essa é a pergunta que todo inovador deve se fazer: será que o meu invento não teria outras utilidades?", afirma Berkun. Afinal, o caminho da inovação está repleto de surpresas...

Flickr – Site de arquivamento e compartilhamento de fotos criado em 2004 pela canadense Ludicorp e comprado no ano seguinte pelo americano Yahoo!. Com mais de 24 milhões de usuários, funciona como uma rede de relacionamento