30 março 2007

Burger King muda sua política sobre animais

28/03 - 12:34 - The New York Times

Em uma jogada a qual defensores do bem-estar dos animais vêm chamando de "avanço histórico", o Burger King, segunda maior rede de hambúrgueres do mundo, declarou na terça-feira que começará a comprar ovos e carne de porco de fornecedores que não confinem seus animais em gaiolas e caixas.
A empressa disse que também favorecerá fornecedores de frangos que usem gás, ou "atmosferas controladas", ao invés de choques elétricos, para desacordar os animais antes do abate. É considerado um método mais humano, apesar de apenas alguns abatedouros fazerem uso da prática.

O objetivo para os próximos meses, segundo o Burger King, é que 2% de seus ovos sejam "livres de gaiolas" e 10% de sua carne de porco venha de fazendas que permitam que os animais circulem livremente nos chiqueiros, ao invés do confinamento. A empresa disse que as porcentagens aumentarão ao passo que mais fornecedores optem por estes métodos e ofertas com preços mais competitivos sejam disponibilizadas.

Mesmo que os objetivos iniciais do Burger King sejam modestos, especialistas da indústria alimentícia e defensores do bem-estar animal disseram na terça-feira que a mudança colocaria pressão em outras redes de fast-food para adotar práticas similares.

Wayne Pacelle, presidente e CEO da Sociedade Humana dos Estados Unidos, disse que as iniciativas colocaram a empresa à frente de sua concorrência em termos de bem-estar animal.

O anúncio do Burger King é o mais novo sucesso dos defensores dos animais, uma vez ignorados como grupos menores, mas hoje em dia cada vez mais vitoriosos em causas grandes.

Na semana passada, o chef-celebridade Wolfgang Puck anunciou que usaria somente carne e ovos de animais criados sob severos códigos de bem-estar animal. E em janeiro, a maior processadora de carne de porco do mundo, Smithfield Foods, declarou que diminuiria gradativamente o confinamento de porcos em baias de metal ao longo da próxima década.

Alguns governos municipais e estaduais baniram restaurantes de servir foie gras e proibiram fazendeiros de confinar bezerros (vitela) e porcos em baias. Temple Grandin, professor de ciência animal da Universidade Estadual do Colorado, disse que a decisão da Smithfield de abandonar as baias para fêmeas prenhas irritou a indústria. A decisão foi impulsionada em parte por questionamentos de grandes clientes como o McDonald's, a maior rede de fast-food do planeta, sobre suas práticas de confinamento.

Jeffrey Sachs não sente fome : Dois mitos que mantém a Pobreza
Por Vandana Shiva
Do cantor de rock Bob Geldof ao político inglês Gordon Brown, o mundo parece de repente estar cheio de pessoas de alta patente com intenções de erradicar a pobreza. Todavia, Jeffrey Sachs não é um mero "fazedor de bem" e sim um dos economistas líderes do mundo. Chefe do Earth Institute e responsável na União Européia pelo comitê que promove o desenvolvimento rápido de países. Logo, quando Sachs lançou o livro "O Fim da Pobreza", pessoas de todo o mundo noticiaram, sendo inclusive matéria de capa da Revista Times.
Existe um problema com o manual do fim da pobreza de Sachs. Ele simplesmente não entende de onde vem a pobreza, a encara como um pecado original. "Há algumas gerações atrás, quase todo o mundo era pobre" diz ele e então adiciona: "A Revolução Industrial promoveu novos ricos, mas muitos no mundo foram deixados para trás."
Essa é uma história totalmente falsa da pobreza. Os pobres não são aqueles "deixados para trás", são aqueles que foram roubados. A riqueza acumulada pela Europa e América do Norte é amplamente baseada nas riquezas retiradas da Ásia, África e América Latina. Sem a destruição da rica indústria têxtil indiana, sem a posse do mercado de especiarias, sem o genocídio das tribos Americanas, sem a escravidão da África, a Revolução Industrial não resultaria em novos ricos para a Europa ou América do Norte. Foi essa possessão violenta sobre os recursos e mercados do Terceiro Mundo que geraram a riqueza do Norte e pobreza do Sul.
Dois dos grandes mitos econômicos do nosso tempo permitem que as pessoas neguem esse elo intimidador e espalhem concepções errôneas sobre o que é a pobreza.
Primeiro, a responsabilidade sobre a destruição da Natureza e a habilidade das pessoas em cuidar de si mesmas são colocadas não no crescimento industrial e na economia colonialista, mas nessas mesmas pessoas. A pobreza foi instituída como uma das causas da destruição do meio ambiente. A doença então é oferecida como cura: o crescimento econômico futuro resolveria os problemas da pobreza e do declínio ambiental que falado anteriormente. Essa é a mensagem no coração da análise de Sachs.
O segundo mito é que existe um consenso que se você consome o que você produz, você não produz de verdade, pelo menos economicamente falando.Se eu produzo meu próprio alimento, e não o comercializo, quer dizer que não contribuo para o PIB e portanto não contribuo para o "crescimento".
As pessoas são consideradas pobres por comerem o seu próprio alimento e não aquele comercialmente distribuídos como "junk food" vendido por empresas de agronegócio mundiais. São vistas como pobres se viverem em casas feitas por elas mesmas com materiais ecologicamente bem ambientados como o bambu e o barro ao invés de casas de tijolo e cimento.
São vistas como pobres se usarem acessórios manufaturados feitos de fibras artesanais no lugar das sintéticas.
Ainda, a vida de subsistência, na qual o rico oeste percebe como pobre, não significa necessariamente menos qualidade de vida. Ao contrário, sua economia natural baseada em subsistência garante uma alta qualidade de vida – se mensurarmos o acesso à comida e água de boa qualidade, à oportunidade de vida de subsistência, uma robusta identidade cultural e social e um sentido à vida das pessoas. Por esses pobres não dividirem nenhum dos benefícios percebidos pelo crescimento econômico, são considerados como aqueles "deixados para trás".
Essa falsa distinção entre os fatores que criam possibilidades e aqueles que criam pobreza está no centro da análise de Sachs. E por isso, suas prescrições agravarão e aumentarão a pobreza ao invés de dar fim a ela. Conceitos modernos de desenvolvimento econômico, cujo Sachs enxerga como a "cura" para a pobreza, já foram utilizados apenas em pequenas partes da história da humanidade. Por séculos os princípios de subsistência permitiram sociedades em todo o planeta sobreviverem e até mesmo prosperarem. Nessas sociedades os limites da natureza foram respeitados guiando os limites do consumo humano.
Quando o relacionamento da sociedade com a natureza é baseado na subsistência, a natureza existe como forma de riqueza comum. Ela é redefinida como "recurso" apenas quando o lucro torna-se o princípio organizador da sociedade estabelecendo um imperativo de desenvolvimento e destruição de tais recursos pelo mercado.
Contudo, muitos de nós escolhem esquecer e negar isso. Todas as pessoas em todas as sociedades dependem da Natureza. Sem água limpa, solo fértil e diversidade genética, não é possível a sobrevivência da humanidade. Hoje o desenvolvimento econômico está destruindo estes bens comuns, resultando na criação de uma nova contradição: o desenvolvimento priva aqueles que mais dizemos ajudar de suas tradições com a terra e do valor da subsistência, forçando-os a sobreviver num mundo de crescente erosão.
Um sistema baseado no crescimento econômico, sabemos hoje, cria trilhões de dólares de super lucro para corporações enquanto condena bilhões de pessoas à pobreza. E a pobreza não é, como sugere Sachs, o estado inicial do progresso humano do qual todos saímos. É o estagio final da queda de uma pessoa quando um lado desenvolvido destrói o sistema ecológico e social que manteve a vida, a saúde e a subsistência de pessoas e do próprio planeta por eras. A realidade é que as pessoas não morrem por falta de entradas monetárias, elas morrem pela falta de acesso às riquezas de bem comum. Aqui também, Sachs erra ao dizer: "Em um mundo de abundancia, 1 bilhão de pessoas estão tão pobres que suas vidas correm perigo." Os povos indígenas na Amazônia, as comunidades na montanha do Himalaia, camponeses de toda a parte cujas terras não foram apropriadas, cuja água e biodiversidade não foram destruídas pela agroindústria geradora de débito, são ecologicamente ricos, mesmo ganhando menos que $1,00 dólar por dia.
Por outro lado, as pessoas são pobres se tiverem que comprar suas necessidades básicas a altos preços não importando quanto ganhem. Veja o caso da Índia: Por causa do dumping sobre os alimentos e fibras mais baratos feito pelas nações desenvolvidas e pela diminuição das proteções de mercado decretadas pelo Governo, os preços na agricultura da Índia estão caindo, significando que os camponeses do país estão perdendo $26 bilhões de dólares Norte Americanos ao ano. Impossibilitados de sobreviver sob essas novas condições econômicas, muitos camponeses agora foram golpeados pela pobreza e milhares cometem suicídio todo o ano. Em demais locais do mundo, o ato de beber água foi privatizado de uma forma que agora corporações podem lucrar somas de $1 trilhão de dólares Norte Americanos por ano vendendo um recurso essencial aos pobres que antes eram gratuitos. Então os $50 bilhões de ajuda humanitária do Norte para o Sul é apenas um décimo dos $500 bilhões que são sugados de outra direção através de parcelas de pagamentos e outros mecanismos injustos da economia global imposta pelo Banco Central e pelo FMI.
Se realmente estamos dispostos a acabar com a pobreza , temos que estar dispostos a dar fim ao sistema que cria a pobreza tomando as riquezas de bem comum, a subsistência e os ganhos. Antes de fazermos a pobreza uma parte da história, precisamos entender a história da pobreza direito. Não é o quanto as nações ricas podem dar, nem tão pouco o quanto menos podem levar.
Taken and adapted with kind permission from The Ecologist (July/August 2005), a British monthly devoted to discussion of environmental issues, international politics and globalization. More information: The Ecologist, Unit 18 Chelsea Wharf, 15 Lots Road, London, SW10 0XJ, England, http://br.f518.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=theecologist@galleon.co.uk , www.theecologist.org
*Dra. Vandana Shiva é fisica e uma proeminete ativista ambiental na India. Fundadora da Navdanya, um movimento pela conservação da biodiversidade e pelo direito de camponeses e agricultores.Diretora do Research Foundation for Science, Technology and Natural Resource Policy. Autora do livro Biopirataria - a pilhagem da natureza e do conhecimento. Ed. Vozes, 2001.

Tradução: Clarissa Taguchi, idealizadora da Cia Ecológica publicado aqui.

Uma revolução saindo dos gramados...

‘Food Not Lawns’: Organic Gardens vs. Chem-Fed Lawns

Published on Wednesday, March 28, 2007 by Inter Press Service

SAN DIEGO - Sandalistas are on the march here to create a homegrown organic food movement, encouraging gardeners to tear up their lawns for healthier, more natural alternatives.

In doing so, they’re advocating the re-greening of the urban landscape for the sake of food security and social justice.

About 400 people attended a recent conference titled “Cultivating Justice” under the aegis of “Food Not Lawns“, a grassroots organization that combines gardening with political action. On a sunny Saturday, the guerrilla gardening wing of the social justice movement broke bread with foodies to network and share information with other like-minded people who are concerned not just with what people eat, but how they go about procuring food.

The participants belong a growing demographic of Californians dubbed “cultural creatives” who are focused on putting progressive ideals into action not only through social change but by dedicating themselves to healing the planet. Many believe the road to ecological restoration begins with changing their own personal habits.
“People are hungry for information,” said Kate Hughes, one of the event organizers. With workshops on a wide range of topics, the well-attended conference attracted a broad cross-section of San Diego county residents from back-to-the-land hippie types to young campus activists who see a connection between U.S. oil dependence and factory farming.

The San Diego chapter of Food Not Lawns is an offshoot of similar groups based in Northern California and the Pacific Northwest, a region that is home to much of the organic foods movement gaining popularity around the U.S.

Paul Maschka is a local gardening guru, having spent much of his adult life working as a horticulturalist caring for and cultivating thousands of varieties of plants for the San Diego Zoo. The self-styled “dirt cheap gardener” is an enthusiastic proponent of locally raised produce, and grows a wide variety of edible plants in his own backyard, ranging from artichokes to sunflowers.

Maschka’s lecture on organic gardening included a heavy dose of social commentary. “Organic gardening techniques and methods are not taught in Southern California,” he said. To obtain first-hand knowledge, he has sought guidance at demonstration gardens in Santa Cruz and San Louis Obispo, where organic farming practices are far more prevalent.

According to Maschka, the average lawn is a flat, featureless, artificially maintained environment heavily dependent on synthetic chemicals. The chemicals used in lawn care also have a seedy history. Pesticides, for example, are little more than nerve agents derived from stockpiled toxins developed during World War Two, he says.

Lawns are holdovers dating from the Middle Ages when the French aristocracy began converting otherwise productive fields into pleasure grounds, he says. In gardening-mad England, later generations of the bourgeoisie displayed their newfound wealth in similar fashion, planting rose beds and establishing luxuriant green lawns.

This historical trend would have far-reaching repercussions for middle-class home owners in the 21St century who are willing to spend hundreds of dollars every year on the upkeep and maintenance of their lawns.

According to a 2002 economic impact study published by the University of Florida, the lawn care and turf industry generated a staggering 57 billion dollars annually and employed 800,000-plus people.

Using satellite and aerial imagery, research scientists from the National Aeronautics and Space Administration have calculated that approximately 162,000 square kilometers of the United States is covered in turf — an area roughly three times larger than any irrigated crop currently under cultivation. And lawns are thirsty, consuming approximately 270 billion gallons of water a week in the U.S. — enough to irrigate 327,000 square kilometers of organic vegetables.

For Maschka, lawns represent a paradox, having the outward appearance of vitality when in fact most of the microorganisms that support plant growth have been killed off. Lawns are fed something on the order of 10 times more pesticides and herbicides than commercial crops, he adds.

“Things have got to change,” agreed Issa Esperanza. The daughter of missionary parents, she grew up running wild in Latin America, climbing trees and harvesting her own fruits and vegetables. Upon returning to the United States, she was shocked to discover the lack of fresh produce. She now has come to rely upon her green-thumbed friends and local farmers’ markets to obtain her greens.

That it doesn’t have to be this way was a sentiment echoed throughout the day. Chef Ron Oliver is a bona fide foodie. As chef de cuisine at the Marine Room, one of San Diego’s preeminent dining establishments, his business is based on pleasing people. The restaurant relies heavily on locally grown produce and the organic output of the 40-acre Blue Sky Ranch, where food and New Age mysticism go hand-in-hand.

“We’re lucky,” Oliver said. At Blue Sky, full-time residents and volunteers consider themselves to be caretakers of the land. Fruits and vegetables are grown according to the season and without the use of synthetic chemicals for the benefit of the Blue Sky community and paying clients.

Oliver says he had own “whole foods” epiphany when his own children reached school age. School lunch programs follow strict federal guidelines based on caloric intake rather than nutritional value, he says. He decided to participate in the conference to enlist the support of other like-minded people in the hope of building a kitchen garden for the Chula Vista elementary school, where his kids aged 8 and 10 attend.

“If anything, gardening will teach them patience,” he says.

Oliver sees a close connection between the ideals of Jeffersonian democracy and nutrition. He believes people vote with their forks, and if given the opportunity, they would prefer organic. “We’re empowering the companies damaging the planet,” he lamented.

This story is part of a series of features on sustainable development by IPS and IFEJ - International Federation of Environmental Journalists.

Copyright © 2007 IPS-Inter Press Service.

24 março 2007

Market Analysis divulga ranking das melhores e piores empresas em responsabilidade social

Da Envolverde

Pesquisa revela opinião dos consumidores sobre a atuação das companhias em terceiro setor. Mitsubishi lidera como pior e Petrobrás, como melhor.

A Market Analysis, instituto de pesquisa de mercado e opinião pública, apresenta resultados do Monitor de Responsabilidade Social 2007, estudo realizado anualmente no Brasil pela empresa. O levantamento aponta as dez melhores e piores corporações em Responsabilidade Social atuantes no Brasil. Entre as bem avaliadas estão Petrobrás (10,8%), Nestlé (4,6%) e Coca-Cola (3%). As companhias Rede Globo, Unilever, Natura, Vale do Rio Doce, AmBev, Bom Preço e Azaléia também fazem parte deste grupo.

Já entre as corporações classificadas negativamente, a Mitsubishi lidera com 4,6%, seguida pela Telemar (3,7%) e Souza Cruz (2,2%). Light, Cedae, Fiat e Telefônica ocupam as outras posições no ranking. A Vale do Rio Doce, AmBev e Bom Preço foram igualmente citadas na lista das piores. Para alcançar os resultados o instituto ouviu 800 pessoas nas principais capitais brasileiras.

Segundo Paloma Zimmer, analista de pesquisa de mercado da Market Analysis, o estudo reforça a preocupação dos brasileiros com o tema. "As pessoas começam a considerar, no momento da compra, quais empresas estão com mais ou menos engajamento social. Há alguns anos este assunto não interferia na decisão do consumidor, agora o cenário mudou e o próprio mercado corporativo está atento a esse movimento".

Para ver o ranking completo, acesse: http://www.s2.com.br/s2arquivos/477/Imagens/3438Image.jpg

Ficha técnica:

O estudo faz parte do Monitor 2007 - Responsabilidade Social Corporativa, pesquisa sobre reputação das empresas realizada anualmente pela Market Analysis Brasil. Foram entrevistados 800 adultos (18-69 anos), nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto Alegre, Curitiba e Brasília. As entrevistas foram realizadas em novembro e dezembro de 2006, no domicílio do participante. A margem de erro é de aproximadamente 3,4%.
(Envolverde/Assessoria)

Carbono, um olho na marca outro no futuro

Por Adalberto Wodianer Marcondes na Envolverde

A febre de neutralização de carbono está atingindo as empresas e organizações como uma verdadeira epidemia. Os críticos a acusam de ser apenas um paliativo para as necessidades planetárias de redução das emissões de CO2, uma vez que dá às organizações a falsa impressão de que estão fazendo sua parte. Esta sensação poderia inibir a busca por soluções mais efetivas, que passem por uma profunda revisão de processos produtivos e redução de demandas energéticas.

Por outro lado, muitas organizações precisam de tempo e investimentos para a efetividade de suas ações de redução de emissões de gases de efeito estufa (principalmente CO2 e metano). Enquanto isso poderiam compensar suas emissões através de projetos de neutralização baseados em plantio de árvores ou financiando projetos de eficiência energética de alto impacto social. Como operações casadas e coordenadas no tempo, a neutralização e o investimento em redução de emissões têm, em tese, a capacidade de formar um novo cenário de emissões atmosféricas.

Há, também, as pequenas e médias empresas, que sozinhas não têm a capacidade de realizar reduções significativas de suas emissões de gases estufa. Por isto, para estas, as ações de neutralização são um caminho eficiente. Para estas empresas ser neutras em CO2 é uma maneira de cumprir sua parte e agregar valor a seus produtos, uma vez que os consumidores estão mais sensíveis ao tema “aquecimento global” e existe uma predisposição por produtos e serviços amigáveis com a natureza.

No entanto, vale ressaltar que o simples ato de pagar pelo plantio de árvores está muito longe de ser um real comprometimento com as metas globais de redução de emissão de gases estufa. O engenheiro florestal marco Antonio Fujihara, do Instituto Totum, e um dos mais importantes especialistas brasileiros em gestão empresarial de emissões e crédito de carbono, alerta que a redução das emissões de gases estufa, tanto para a simples neutralização, como para a qualificação para créditos de carbono deve fazer parte de um processo amplo de sustentabilidade empresarial. “As empresas têm de estabelecer metas de perenidade, não importa o seu porte”, diz Fujihara.

Isto significa que não importa o tamanho da organização, o que realmente é relevante é se ela tem em seus princípios a sustentabilidade econômica, ambiental e social como valor absoluto. Caso contrário qualquer ação isolada cai no campo da filantropia ou do marketing.

Marketing Verde

A utilização da neutralização das emissões de carbono em ações de marketing tem sido vista como uma oportunidade de ganho de imagem junto ao mercado e aos consumidores. De fato, existe uma certa simpatia do público em relação a empresas que têm uma ação ambientalmente responsável. Mas o grande ganho para estas empresas é se realmente elas atuam dentro de padrões de sustentabilidade e assumem, mesmo sem esta intenção, a posição de benchmarking em seus setores.

Empresas líderes são admiradas e vistas entre seus pares como modelos as serem seguidos. O jornalista Rogério Ruschel, que trabalha há anos com comunicação socioambiental empresarial, acredita que as organizações que demonstram em suas ações fortes princípios de governança e sustentabilidade acabam por contaminar o mercado e espalhar estes conceitos. “A incorporação dos processos de comunicação aos princípios de sustentabilidade pode ampliar de forma exponencial o alcance das ações”, explica Ruschel. Para ele as organizações devem ter uma comunicação vertical e horizontal, uma vez que a integração de cada um de seus colaboradores nas ações de sustentabilidade e responsabilidade social empresarial é fundamental para que a empresa torne-se organicamente sustentável. Do ponto de vista da horizontalidade, a visibilidade para clientes, fornecedores e sociedade oferece muito mais segurança e confiança na relação com os diversos públicos. Mas alerta: “Toda comunicação relacionada a sustentabilidade, incluindo iniciativas de neutralização, deve ter como foco a educação para novos valores, a mudança de comportamento e atitudes; sem isso, será apenas “marketing verde”, que é indesejável”, acrescenta Ruschel.

É muito importante que as organizações compreendam a motivação de sua busca por processos de sustentabilidade e, dentro desta linha, por ações de neutralização de suas emissões de gases de efeito estufa. Desta compreensão deriva todas as ações que a organização realizará e o sucesso ou não das metas estabelecidas.

Serviço

Ainda este mês profissionais como Marco Antonio Fujihara,do Instituto Totum, Rogério Ruschel, da Ruschel e Associados, Adauto Basílio, da SOS Mata Atlântica, Jean Philippe Leroy, Superintendente Executivo do Bradesco e Paulo de Souza, Consultor para Inventários Corporativos de Emissões do Instituto Totum estarão apresentando um seminário em São Paulo com o tema “Como tornar-se uma empresa Carbono Zero”. O objetivo é justamente mostrar como e porque ser uma empresa com suas emissões neutralizadas.

Mais Informações podem ser obtidas pelo site:
http://www.geocities.com/envolverde/Banners/468x60/CarbonoZero.pdf
(Agência Envolverde)

19 março 2007

Um Exemplo BiOnE

Para um estudante norte-americano, David Crow tinha ambições incomuns. Queria seguir as pegadas dos médicos descalços da China, que davam assistência médica aos pobres nas zonas rurais, usando principalmente agulhas de acupuntura, moxabustão e a flora local.

“Queria poder sustentar-me educando e levando bem estar pelos métodos simples e comprovadamente eficazes transmitidos ao longo dos tempos."

Em 1980, quando o Ocidente abria-se para as artes terapêuticas asiáticas, ele se matriculou na Universidade Americana de Medicina Tradicional Chinesa em São Francisco, na Califórnia. Ali, conheceu o grande místico da tradição do budismo tibetano, Kalu Rinpoche e foi imediatamente “invadido por uma onde de esperança por mim e pela humanidade.”Anos depois, quando comunicou a Kalu Rinpoche sua vontade de estudar medicina tibetana, Crow ouviu a resposta de que, mesmo sendo muito proveitoso ir à Ásia aprender medicina, era mais importante compreender o Dharma”, a verdade compassiva capaz de transformar qualquer linha da medicina em prática espiritual.

E foi assim que David passou quase 9 anos em viagens ao Himalaya, escreveu o livro Em Busca do Buda da Medicina, desenvolveu pequenos jardins escolas num movimento que se espalhou por todo os Estados Unidos e ajudou a desenvolver comunidades auto-sustentáveis em todo o planeta.

Como?

David estará de volta ao Brasil em sua II Jornada Brasileira que se inicia em de 19 de abril e termina em 22 de maio. Passará por diversas cidades promovendo um amplo debate que envolve a saúde humana, do planeta e ainda apresentando possibilidades de um desenvolvimento econômico saudável.

O trabalho promovido pelo herbologista, acupunturista, mestre de meditação, professor e escritor americano David Crow encanta não só pela possibilidade de conivivermos num planeta saudável e sustentável, mas pela real percepção de que vivemos num planeta que vai além daquilo que vemos e tocamos.

Após uma aula com David, percebemos em nós mesmos que vivemos num planeta que sente, se encanta e vive.

Clarissa Taguchi.

Agenda - Crow inicia sua jornada no Brasil dia 20 de abril, no Rio de Janeiro, onde em 21 e 22 conduz um Seminário de Aromaterapia. Segue de lá para o Recife, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e, de novo, Rio de Janeiro, encerrando a viagem. No Recife, fica até 29 de abril. Dia 23, realiza palestra e lançamento de livro na Livraria Saraiva do Shopping Center Recife; ministra dias a 24 e 25 workshops sobre "O poder das ervas na alimentação e na saúde I e II" no Centro Nordestino de Medicina Popular. Dia 24, também realizará palestras para profissionais de saúde no Hospital da Restauração e dia 25, na UFPE, para biólogos e estudantes sobre "O poder das ervas, das fragrâncias e da meditação nas Grandes Tradições de Cura”.No dia 26, ministra workshop sobre Yoga, Prana e Ayurveda, no Espaço Dharma de Yoga Integral e palestra sobre Ecoespiritualidade na Faculdade Frassinetti do Recife. Um retiro fechado, no meio da mata atlântica, encerra sua programação no Recife dias 26, 27 e 28, abordando - através de vivências - o poder das ervas, das fragrâncias e das meditações constantes das Grandes Tradições de Cura como meditações clássicas do budismo e a filosofia médica ayurvédica.

Em Viamão, RS, no feriado de 1º de maio, em programação ainda a ser confirmada, David Crow profere palestra no CEBB e a 02 de maio, palestra no Centro de Referência de Saúde do Trabalhador, da Prefeitura de Porto Alegre sobre os riscos de exposição a agrotóxicos. Em contexto da programação da Fundação Gaia, ministra à noite do dia 02 outra palestra sobre "Cultivando o Jardim do Buda da Medicina", *com apresentação de um vídeo de sua autoria. A 03 de maio, conduz um seminário de aromaterapia na Fundação Zôo-Botânica e à noite, parte para Curitiba.

A 04 de maio, participa do IV Congresso Brasileiro de Meditação, "Bio-Ética uma reflexão interior", partindo a seguir para São Paulo, onde a 05 de maio realiza seminário de aromaterapia no MuBe, Museu Brasileiro de Escultura sobre "No Jardim do Buda da Medicina". Em 08 e 09, visita e palestras na AAO – Associação de Agricultura Orgânica. No dia 12, ainda em São Paulo, ministra palestra sobre Aromaterapia, partindo a seguir para o Rio. Em Petrópolis, dia 10,realiza palestra na Fraternidade Cósmica Universal sobre "A Cura Ampla do Jardim do Buda da Medicina". Dia 11 realiza palestra com vídeo no Restaurante da Cia. Ecológica no Rio e à tarde palestra para iniciados em medicinas orientais na Academia Brasileira de Arte e Ciência Orientais/Colégio Brasileiro de Acumputura. Em Niterói, dia 12, realiza mais um seminário de aromaterapia e, de volta ao Rio, realiza dia 13 meditação, caminhada, palestra e almoço no Horto Florestal do Jardim Botânico com adultos e crianças, sendo o foco dessa ação para as mães – já que o dia será delas. Intitulada "O Cheirinho da Mãe Natureza - Celebrando a Mãe Natureza e seus Rebentos”, a programação inicia às 9:30 e seguirá até 16h, com teatro, poesia, rodas de dança, capoeira e recreação para as crianças.

Dia 14, em Niterói, acontece o Seminário "Intersetorialidade-Saúde-Meio Ambiente- Educação e Cultura", das 9h às 17h. Será um encontro com tradições religiosas,l ideranças comunitárias e ong´s sobre práticas populares em saúde. Dias 15 e 16, no Refúgio Ecológico Cachoeira da Fumaça, em Casimiro de Abreu, participa de encontro sobre "As Maravilhas da Floresta" em prol da Ação Mata Atlântica, na Estrada Serra Mar, km 20. Dias 17 e 18, no Instituto Annes Dias, no Rio, outro seminário de aromaterapia, intitulado “No Jardim do Buda da Medicina” durante o dia. À noite, palestra no Centro Lótus sobre tema do seu livro. Dia 20, a Prefeitura do Rio de Janeiro promove, na Restinga da Marambaia, palestra e vivências fechadas para 133 Agentes de Educação do Meio Ambiente, da qual Crow participa.

Para informações mais detalhadas:

Regina Perrusi ( DRT PE 1732 ) Tels.: (81) 3326.6970 e 3326.6937 – 9972.7030
Assessoria de Imprensa (Oficina de Notícias e Eventos)
www.oficinadenoticias.com.br

Tenzin Namdrol Tel.: (24) 2235.7128 e 9254-4015
Coordenadora do Projeto
tnamdrol@gmail.com

16 março 2007

Brasil contará com "megaportal" virtual voltado para a sustentabilidade

O Brasil passou a contar com mais um instrumento voltado para a sustentabilidade. O Mercado Ético, versão brasileira do Ethical Markets, plataforma multimídia que atinge 150 milhões de pessoas nos EUA, foi lançado na semana passada e têm como objetivo oferecer informações multimídia a empresas, governos e entidades civis por meio do seu site na internet (http://www.mercadoetico.com.br). O projeto brasileiro é pioneiro fora dos EUA e recebeu investimentos do banco ABN Amro Real, parceiro pioneiro do Instituto Akatu, da Faber-Castell, associada benemérita do Instituto, e da Serasa. Também apóiam a idéia o próprio Akatu, além de Instituto Ethos, Amana-Key, Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, Instituto de Zero a Seis e Bovespa, entre outros.

O Mercado Ético será um “megaportal” virtual voltado para a sustentabilidade, investimentos socialmente responsáveis, governança e cidadania corporativas, comércio justo, consumo consciente, qualidade de vida e bem-estar no ambiente de trabalho, entre outros. Lideranças empresariais poderão compartilhar suas próprias experiências e ações de incorporação dos valores da sustentabilidade em seus negócios. O objetivo do projeto é auxiliar executivos e formadores de opinião, além de jovens líderes a seguirem os caminhos da sustentabilidade.

No entanto, apesar de ser um projeto voltado, a princípio, para o público empresarial, toda a sociedade brasileira será beneficiada. A troca de informações é muito importante para a disseminação da cultura da Responsabilidade Social Empresarial, bem como para o ganho de visibilidade das boas práticas. De posse dessas informações, o consumidor consciente pode avaliar melhor suas escolhas de consumo. E, quando ele escolhe comprar um produto baseado na postura ética da empresa, está incentivando-a a manter esse comportamento e estimulando outras empresas a fazerem o mesmo.

A exemplo do original americano, presidido por Hazel Henderson, uma das mais respeitadas consultoras em desenvolvimento sustentável no mundo, o site brasileiro se propõe a ser a mais completa plataforma multimídia dedicada a esses temas no País. O site Mercado Ético exibirá programas diários via WebTV, notícias, pesquisas e serviços de busca, além de serviços de consultoria. Christina Carvalho Pinto, publicitária responsável por trazer o Mercado Ético ao Brasil, será responsável também pela apresentação dos programas.

(Envolverde/Instituto Akatu)

Transnacionais se apossam da biomassa, por Adriano Benayon
16/3/2007

Da Tribuna da Imprensa - O que está em andamento é a tomada pelo capital estrangeiro da produção de álcool (etanol) e de outros derivados das plantas. Em suma, da energia da biomassa. Esta já é uma das principais fontes do presente, e não apenas a predominante em futuro próximo. Os que a controlarem terão assegurado posição estratégica privilegiada no poder mundial, reforçada pelos fabulosos ganhos econômicos que dela fluirão.

Adriano Benayon é doutor em Economia pela Universidade de Hamburgo, Alemanha, e autor de "Globalização versus Desenvolvimento" benayon@terra.com.br

Para leitura completa, clique aqui.

15 março 2007

Será?

Brasil pode ser a primeira biocivilização da história, diz Sachs

Uma nova coletânea de escritos do ecossocioeconomista, Ignacy Sachs, sobre desenvolvimento, ambiente e sociedade será lançado no Brasil neste mês

Por Christina Amorim, ontem no Estadão.

SÃO PAULO - Em quase 80 anos de vida, Ignacy Sachs - polonês naturalizado francês, que cresceu no Brasil, formou-se adulto na Índia e integra os principais círculos do pensamento social do mundo - transitou inúmeras vezes do discurso à práxis. Uma nova coletânea de escritos seus sobre desenvolvimento, ambiente e sociedade será lançado no Brasil neste mês: Rumo à Ecossocioeconomia (Cortez Editora, 472 págs.), organizado pelo colaborador professor Paulo Freire Vieira. Em São Paulo, um de seus lares pelo mundo, Sachs fala sobre desenvolvimento sustentável, oportunidades e a maior ironia da história.

Para ler na íntegra clique aqui.

11 março 2007

Gente boa na área é o pessoal da Free Range Studios , depois da boa sacada da paródia MeatRix eles não pararam mais. A última é esse filme em flash aqui:

02 março 2007

No The Ecologist desse mês:

This week marks the start of Fairtrade Fortnight - two weeks when shoppers are encouraged to make ethical choices in the aisles.

But how 'fair' is fairtrade? Has it made a real difference? Can it ever work in the face of Western agricultural subsidies? Will fairtrade farmers become organic farmers as well? What about the food miles clocked up as our tea is transported from Africa?

Find the answers to all these questions and more in our exclusive series of podcast interviews with the Director of the Fairtrade Foundation, Harriet Lamb, and fairtrade tea grower and cooperative owner, Silver Kasoro.

Fairtrade Fortnight - just less-unfair trade?
Fairtrade is sometimes described as merely 'less-unfair trade'. Are there global trading mechanisms that need to be tackled first before fairtrade can work? What about the role of subsidies? Click here to find out.

Fairtrade Fortnight - can fairtrade be organic?
What is the role of organic farming in fairtrade cooperatives? Will higher prices encourage more intensive farming? Click here to find out.

Fairtrade Fortnight - can fairtrade be local and low-carbon?
Fairtrade products brought to the UK from farms in the economically poor world incur food miles, which environmentalists are trying to reduce. Can 'fairtrade' and 'buy local' campaigns sit together? Click here to listen to the interview.

Fairtrade Fortnight - could European products be fairly traded too?
Fairtrade has brought rewards to farmers in Africa and Asia. Is there a role is could play in poorer European countries as well? Click here to download.
Fairtrade Fortnight - what does the label cover?

The Fairtrade logo is renowned and trusted. But exactly what aspects of production does it cover? Will it ever be extended to the whole supply chain? Harriet Lamb responds.
Fairtrade Fortnight - what difference has it made?

Silver Kasoro, a fairtrade tea grower, explains the difference that fairtrade has made to the lives of farmers in Africa. Click here to listen.

Uncruel Beauty

By RUTH LA FERLA

Published: January 11, 2007, NYTMagazine

HADASS KANTOROWICZ is on the fence. "I eat less meat than I used to," said Ms. Kantorowicz, a self-described tantric healer who stopped in last week at Organic Avenue, a vegan general store in downtown Manhattan. "I'm definitely a lot more conscious than I used to be." While she appreciates the virtues of a meat-free diet, she stops short of embracing a vegan way of life, one that would ask her to forsake a croc-embossed bag or patent leather pumps. "And I'm not ready to wear hemp," she confided.

CLOTHES WITH A CONSCIENCE A cotton sweater coat by Stella McCartney, with Ecoganik organic cotton pants that are available at Organic Avenue.

VIRTUOUS Top, cotton Stella McCartney sweater, Ecoganik pants, tank made of corn fiber by Moral Fervor, Stella McCartney cotton purse, natural stone pendant by Cole Lopez. Above, a denim dress made of hemp and recycled polyester by NaturevsFuture and a woven cotton and wood bag by Stella McCartney.

But a proliferation of vegan-friendly fashions and stores that ban animal products outright from their shelves may tempt her to change her tune. If she has yet to adopt the zero-tolerance approach advocated by the most militant vegetarians, she typifies the customer that many vegan marketers are now courting.

National chains like Whole Foods; boutiques like MooShoes, a New York outlet for imitation-leather wallets, belts and bags; online stores like Pangea; and eco-minded labels like Moral Fiber, Real Fake, Novacas (no cows) and Matt & Nat are encouraging shoppers, even those merely flirting with a "cruelty free" diet, to embrace its precepts not just in the kitchen but in their wardrobes. To their minds, vegan chic, once an oxymoron, is a glossy new marketing handle. Clothes and accessories once shunned for their aura of hair-shirt deprivation have acquired a hint of luxury.

Vegans, who may be thought of as extreme vegetarians, strive for a diet and way of life that is noninjurious to both animals and the environment, directly or through the processing of materials like leather, wool or silk. From motives of conscience or health, most reject shoes and clothing made from hides, even those made with animal-based glues and dyes.

"People are more conscious today of what they're wearing, why they're wearing it and how it affects the environment," said Robert Burke, a fashion retail consultant in New York. To ignore such issues "is not sexy today," he said.

Six months ago Denise Mari opened Organic Avenue on the Lower East Side. "At one time being vegan meant focusing on what you had to give up," she said. "Today we're stepping beyond the mundane what-you-need-to-survive approach" and concentrating instead on "how to make this a fun lifestyle that other people can relate to."

"We'd like people to say, 'Wow, look how fashionable this is! I want it for its style.' "

At her shop Ms. Mari sells hemp and bamboo tanks and shirtdresses, and even men's suits made from ahimsa silk, a fiber processed without injuring silkworms ($700).

Certainly Ms. Mari and other merchants are beneficiaries of a spike in the vegetarian population. As of last year, there were an estimated 4.8 million vegetarians in the United States, one-third to one-half of them vegan, according to the Vegetarian Resource Group, a nonprofit educational organization. That number has nearly doubled since 1997.

But today retailers and designers are aiming at potential customers identified in a survey last year by Mintel International, a consumer research company, as "occasional vegetarians." They shop vegan selectively, as the Mintel study pointed out, but their "purchasing power is paramount."

This health- and eco-conscious population has contributed most visibly to the growth of a $1.2 billion market for vegetarian goods (primarily dairy, egg, cheese, meat and poultry substitutes and tofu), according to Mintel, one that jumped 63.5 percent between 2000 and 2005.

Just a half-dozen years ago, shoppers searching for cow-friendly wares had to resort to shoes from Payless, "vegan" by virtue of their synthetic materials, or to utility plastic or canvas boots, wallets and backpacks sold through Vegan Essentials, one of a handful of online stores. Now even a few mass marketers are incorporating stylish vegan products into their lines. Vans promotes its Geoff Rowley vegan skateboarding shoes, made from synthetic nubuck and rubber. Rampage, a mall brand, is advertising "cruelty free" imitation leather styles.