30 março 2007

Burger King muda sua política sobre animais

28/03 - 12:34 - The New York Times

Em uma jogada a qual defensores do bem-estar dos animais vêm chamando de "avanço histórico", o Burger King, segunda maior rede de hambúrgueres do mundo, declarou na terça-feira que começará a comprar ovos e carne de porco de fornecedores que não confinem seus animais em gaiolas e caixas.
A empressa disse que também favorecerá fornecedores de frangos que usem gás, ou "atmosferas controladas", ao invés de choques elétricos, para desacordar os animais antes do abate. É considerado um método mais humano, apesar de apenas alguns abatedouros fazerem uso da prática.

O objetivo para os próximos meses, segundo o Burger King, é que 2% de seus ovos sejam "livres de gaiolas" e 10% de sua carne de porco venha de fazendas que permitam que os animais circulem livremente nos chiqueiros, ao invés do confinamento. A empresa disse que as porcentagens aumentarão ao passo que mais fornecedores optem por estes métodos e ofertas com preços mais competitivos sejam disponibilizadas.

Mesmo que os objetivos iniciais do Burger King sejam modestos, especialistas da indústria alimentícia e defensores do bem-estar animal disseram na terça-feira que a mudança colocaria pressão em outras redes de fast-food para adotar práticas similares.

Wayne Pacelle, presidente e CEO da Sociedade Humana dos Estados Unidos, disse que as iniciativas colocaram a empresa à frente de sua concorrência em termos de bem-estar animal.

O anúncio do Burger King é o mais novo sucesso dos defensores dos animais, uma vez ignorados como grupos menores, mas hoje em dia cada vez mais vitoriosos em causas grandes.

Na semana passada, o chef-celebridade Wolfgang Puck anunciou que usaria somente carne e ovos de animais criados sob severos códigos de bem-estar animal. E em janeiro, a maior processadora de carne de porco do mundo, Smithfield Foods, declarou que diminuiria gradativamente o confinamento de porcos em baias de metal ao longo da próxima década.

Alguns governos municipais e estaduais baniram restaurantes de servir foie gras e proibiram fazendeiros de confinar bezerros (vitela) e porcos em baias. Temple Grandin, professor de ciência animal da Universidade Estadual do Colorado, disse que a decisão da Smithfield de abandonar as baias para fêmeas prenhas irritou a indústria. A decisão foi impulsionada em parte por questionamentos de grandes clientes como o McDonald's, a maior rede de fast-food do planeta, sobre suas práticas de confinamento.

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